MicroHistória Brasiliana

 

Introdução

        O Califado Malê do Brasil nasceu principalmente motivado para realizar uma tentativa de resgate cultural de uma parte esquecida da História Brasileira  : a ´´Revolução Malê´´

 

          A Revolução Malê representou uma espécie de ´´Inconfidência Negra´´ conduzida por escravos nagôs muçulmanos deflagrada em 1835 bem em  Salvador , na época  uma  das capitais mais importantes entre as Províncias do recém-independente Império do Brasil  que passava por um tempo de grande agitação política por conta do período regencial instalado após a renúncia de D. Pedro I  para governar o país até  que    D.Pedro II atingisse a maioridade para ser monarca.

 

          Se no macromundo a rebelião malê naufragou espetacularmente, durando apenas entre três e quatro horas a luta contra as tropas imperiais que saíram ilesas do confronto enquanto 70 dos 500 revoltosos foram mortos , no plano virtual cogitamos a criação de uma ´´dimensão paralela´´ onde não só os malês saíram vitoriosos como conduziram a independência de várias outras Províncias até destruir de vez o Império do Brasil e criar um Brasil bem alternativo do conhecido onde a ascendência africana é exaltada bem como os valores islâmicos fundamentam a construção da uma sociedade utópica.

 

          Assim, surgia o Califado Malê do Brasil  com a peculiariadade marcante de ser um ´´Estado Islâmico´´, significando dizer que as instituições brasilianas são fundamentadas em valores pregados pelo Islamismo que mais do que um movimento religioso apresenta características de sistema político e mesmo até comporta a organização de um regime econômico fora das perspectivas defendidas pelas principais ideologias do Ocidente.

 

         O regime califal , por exemplo, não pode ser considerado como de natureza estritamente ´´republicana´´ muito embora  designa-lo como ´´monárquico´´ seria também incorreto, pois em verdade é capaz de comportar de maneira híbrida  características institucionais tidas como típicas tanto em uma monarquia quanto como numa república.

 

       Por sua vez, declarar que a linha de orientação ideológica seja ´´liberal´´ é tão falho quanto afirmar deter o islamismo tendências ´´socializantes´´, apesar de poder identificar ações que tanto são comuns de serem defendidas por liberais quanto como socialistas.  -  a rigor se é possível cogitar a existência de uma ´´terceira via´´ entre o liberalismo e o socialismo é bem provável que esta possa estar contida no Alcorão.

 

      Não por menos veio o Islã inspirar o fomento de vários movimentos políticos como o que criou no Irã em 1979 a primeira República Islâmica do mundo ou  bem deu origem a citada Revolução Malê  no Brasil lá no século XIX. - Sem falar é claro deu base também para surgir no micronacionalismo o Califado Malê do Brasil !

 

 

A ORIGEM DO CALIFADO  - A ´´pré-história´´ da Pátria Brasiliana conforme contada por uma dos fundadores do Califado, Sayid Mairon Rodrigues

 

- A Fundação do Califado Malê do Brasil

 

    A fundação do Califado Malê do Brasil não foi em nenhum momento uma decisão de última hora tomada por Arthur Rodrigues. Além deste, há outros dois fundadores, Mairon Rodrigues e Fernando Barroso que figuram como as três estrelas que estão desenhadas em nossa bandeira. Exatamente dias antes de Mairon Rodrigues ser eleito Premier (Chefe-de-Governo) em Reunião (Fevereiro de 2000), houve uma conversa no ICQ entre Mairon Rodrigues e Arthur Rodrigues onde ambos consideraram a hipótese de fundar uma micronação. Essa fundação estava até então prevista para 2002, pois assim evitaria, para Mairon Rodrigues em 2001 e para Arthur Rodrigues em 2000, que dispusessem de tempo que não teríam em função do vestibular. Até então, Fernando Barroso não se encontrava nos planos para o Califado.

 

    O nascimento prematuro do Califado Malê do Brasil fez-se em função da "Grande Crise Reuniã" de 2001, cujas raízes mais profundas se encontram na falta de escoamento dos ânimos políticos internos, ou seja, a falta de um inimigo externo comum contra o qual todos os Reuniãos poderiam se unir e manter a estrutura e o poder da Coroa. Naquela época, Marajó, a principal inimiga do Império, já havia sido destruida pelo Serviço de Inteligência Reunião e a República de Porto Claro não poderia atuar no lugar de Marajó.

 

    A Grande Crise Reuniã deu-se com a completa destruição dos opressores políticos da, até então em desenvolvimento, democracia reuniã programada conscientemente pela Coordenadoria Política do PACSO (Pacto Social) e que teve como principal executor Arthur Rodrigues. O nascimento do Califado deu-se após a constatação de que Reunião já estava livre de seus, até então considerados, opressores ideológicos, e, desta forma, não precisaria mais dos serviços da cúpula do PACSO para continuar sendo a democracia que estava se tornando.

 

- A origem da Grande Crise Reuniã

 

    Durante a reeleição de Mairon Rodrigues para o cargo de Premier em 2000, que disputava com Quintino Gomes, havia no PACSO uma lista secreta (pacso-hummmm) composta por Mairon Rodrigues e por aqueles que mais tarde fundariam a UNIDA. A lista foi fechada após todos os membros terem constatado que Arthur Rodrigues, o qual os futuros fundadores da UNIDA não simpatizavam, havia descoberto sua existência e ameaçava denunciar sua existência. Essa lista, mais tarde, continuou sendo usada para ser então o ponto de encontro daqueles que fundariam a UNIDA.

 

   Com a derrota de Mairon Rodrigues e com o escândalo do Caso Márina Guedes (parlamentar do PACSO que deu o voto a Quintino Gomes para decidir o empate que seu voto causaria se dado a Mairon Rodrigues e que logo em seguida renunciou em condições estranhas ao seu mandato), membros do PACSO receosos com a manutenção do poder fundaram a UNIDA. Essa fundação desfalcou o PACSO perante todos os poderes remanescentes ainda que possuiam representação. Mairon Rodrigues foi o responsável pela manutenção e reestruturação do PACSO depois do desfalque causado no início daquele ano pela saída de Adrian Azrael no evento chamado de Golpe dos Hipócritas que criou a República de Nova Athenas e, mais tarde, pelo desfalque causado pela criação da UNIDA.

 

   Da fundação da UNIDA, o PACSO passou por uma reestruturação e cresceu evitando os erros antigos. Em nenhum momento deixou de ser aliado e cumprir suas obrigações perante a recém-criada UNIDA para que dessa forma pudesse combater, na sua sombra, o PIGD de Rafael Roriz (o mesmo que prestou um grande favor ao Império derrubando internamente Fábio Trigo, seu Presidente, muito influente nas decisões da Coroa em favor da direita, que dominava o cenário e emperrava as reformas políticas rumo a Democratização) e a ARENA de Quintino Gomes que figuravam no cenário como o Governo.

 

   Após a renúncia de Mairon Rodrigues como vice-premier, renunciou Quintino Gomes que ficou conhecido como um dos piores governos da história Reuniã (segundo avaliação de O COMETA). O Poder Moderador interviu e empossou um governo provisório e José Borrás, da UNIDA, é eleito Premier pela coligação UNIDA-PACSO. Durante o governo Borrás, o Judiciário Reunião é reforçado pela política dos membros da UNIDA e o mesmo passa a ser usado como instrumento para manter o poder do partido governista. Em Janeiro de 2001, o Império elege Arthur Rodrigues pela segunda vez Premier através da coligação UNIDA-PACSO após uma sábia estratégia armada em Dezembro de 2000 pela Coordenadoria Política do PACSO que evitou o apoio que a ARENA, de Briell Aitt, poderia receber da UNIDA.

 

    A ARENA passou então a ser presidida por Fernando Barroso, simpatizante do PACSO. Desde então, Arthur Rodrigues figurou como principal executor dos planos de ação que levariam, em primeiro lugar, a liquidação política da UNIDA, vista pelo PACSO como a causa da corrupção instaurada no Judiciário e, em segundo lugar, do PIGD, vista como obstáculo rumo a democratização.

 

- O nascimento do Califado Malê do Brasil

 

     Terminado o mandato de Arthur Rodrigues frente ao Poder Executivo do Sacro Império de Reunião, retoma os fundadores do Califado ao plano que traria uma nova micronação ao cenário intermicronacional. Desta vez, o terceiro e último fundador, Fernando Barroso, estaria junto neste intento.

 

    Os planos eram de fundar uma micronação diferente que pudesse inovar e quebrar os padrões micronacionais. No iníciou, os fundadores pensavam na fundação de uma monarquia, mas, no decorrer da Assembléia Constituinte convocada logo após a fundação em 13 de Maio de 2001, foi-se escolhido um sistema que mesclava a república e a monarquia : O sistema califal

 

 

A História do Califado Malê do Brasil : A sua divisão e sistematização em esquema de ´´Eras Califais´´

por Ezequiel Stone

 

    Sendo o Califa o personagem central da vida política da sociedade brasiliana fica como sensato relatar os eventos históricos mais relevantes do Califado Malê do Brasil a partir de quem ocupe este cargo. Nesta perspectiva temos períodos da História Brasiliana que correspondem ao que é chamado de ´´Eras Califais´´ na seguinte ordem :

 

- I Era Arthuriana  / Califa Arthur Abdulá de Jandira  ( 19/05/2001 até 12/06/02 )

 

    Esta marca a fundação do Califado Malê do Brasil com a promulgação da primeira Carta Magna onde são criadas a principais instituições públicas responsáveis pela organização do MicroEstado Brasiliano ( a destacar o Conselho dos Sheiks e o Colégio Eleitoral que davam ao Parlamento uma feição bicameral ).

 

    O sistema político adotado é pluripartidarista permitindo a todo e qualquer cidadão a liberdade de organização política e livre associação , o que resultou na fundação de três partidos políticos : o PSD (Partido Social Democrata), o PS (Partido Socialista) e o PDM (Partido Democrata Malê).  

    Nesta época prevaleceu no campo da Política Externa a tese de formar um ´´bloco  de países não-alinhados´´na intenção de superar a antiga tendência de  polarização das relações intermicronacionais que concentrava demasiada importância na questão de colocar em campos antagônicos as republicas e monarquias bem como também estimulava entre estas micronações rivalidades incontornáveis .

 

    O período arthuriano em sua primeira fase terminou em meio a grande agitação política entre os partidos políticos que lutavam pelo fim do Conselho dos Sheiks e diminuição dos poderes do Califa, o que mais tarde estimulou a formação de um movimento reformista tendente a dar uma nova feição ao MicroEstado Brasiliano que culminou na deposição do Califa Arthur Abdulá de Jandira do poder.     

- Era Jeaniana / Califa Jean Liberato Stone ( 13/06/02 até 14/01/03 )

 

    Coincide com a promulgação da segunda Carta Magna  do Califado Malê do Brasil onde é promovido uma série de mudanças que ocidentalizam o sistema califal a citar em destaque a transformação em cargo eletivo a função de Califa  e concedendo ao seu ocupante um mandato para este cumprir atribuições que mais o faziam parecer um Presidente em uma República Parlamentarista. ( sendo o equivalente a ´´primeiro-ministro´´ a função de Grão-Vizir )

 

    É a época em que surgem as ´´Nações Protegidas ´´, outrora meros territórios brasilianos alçados a categoria de entes federativos, nascendo processo Icária, Minas Gerais e Bahia, porém, proclamando Sayed sua independência.

 

    Vigora o Estado de Sítio até serem feitas eleições para compor o Parlamento ( agora alijado da figura dos Sheiks e de feição unicameral ) e eleger o sucessor do Califa Jean Liberato Stone. No processo o PSD (Partido Social Democrata) encontra-se fraco nas urnas, saindo vitorioso o PS (Partido Socialista) e o PDM (Partido Democrata Malê).

 

- Era Rosbergueniana / Califa Rosberg Stone ( 15/01 até 02/03/03)

 

    Período que nasce com o fim de um longo tempo de Estado de Sítio se demonstra marcado por grande turbulência política que faz (  outrora Grão-Vizir do período jeaniano ) o Califa Rosberg Stone renunciar antes de cumprir seu mandato bem como sair em exílio do Califado Malê do Brasil para residir em Andorra Imperial.

 

    São convocadas eleições antecipadas para eleger um novo Califa a partir da constituição de um Conselho Dirigente sob autoridade do Emir e figurando a necessidade do retorno ao Estado de Sítio .

 

- Era Antoniana / Califa Antonio Amoedo ( 08/04 até 08/12/2003 )

 

    Outra época marcada por reformas estruturais no Califado Malê do Brasil que se consolidam na promulgação de novo texto constitucional por meio de plebiscito e a situação política normalizada com o fim da decretação do Estado de Sítio e abertura do Parlamento onde concorrem ao pleito candidatos do PS  ( partido socialista ) e  PDM  (Partido Democrata Malê)

 

    Em linhas gerais as tendências em favor da ocidentalização do sistema califal são minoradas apesar de não eliminadas, não notando maiores conflitos de natureza externa ou interna.

 

 - Era Rafaeliana / Califa Rafael Peres Domingues ( 09/12/2003 até  10/04/04 )

 

    Período histórico do advento da   II Revolução Malê no Califado Malê do Brasil que conduz a micronação a um forte processo tendente a islamização das suas instituições e resgate dos ideais malês que resultam na vitaliciedade do cargo de Califa, atribuições de amplos poderes no exercício do Poder Califal, definição do unipartidarismo e consolidação do PAI / Partido da Ação Islâmica no papel de vanguarda do processo revolucionário bem como no estabelecimento do Alcorão na condição do ponto alto de todo ordenamento jurídico brasiliano.

 

    O período rafaeliano termina com o Califa transferindo todos seus poderes ao Grão-Vizir Arthur Abdulá de Jandira e o nomeando de fato como seu sucessor , estabelecendo um segundo período arthuriano na História Brasiliana. 

 

- Era Arthuriana II / Califa Arthur Abdulá de Jandira  ( 13/04/04 até 19/11/05 ) 

    É levantada a questão se deve ou não o Califado adotar uma estrutura laica bem como o Califa Arthur traz o projeto que promoveria uma mudança radical no sentido de reduzir o Califado Malê do Brasil  a condição de Estado Confederado em uma União Confederativa de Micronações Brasilianas onde fariam partem Malê, Icária e Minas Gerais.

 

    Não obstante, a população continua tenazmente no apoio a manutenção do MicroEstado Islâmico e fortalecimento da estrutura federativa de Nações-Protegidas . Os ideais da Revolução Islâmica do período rafaeliano são levados adiante com a busca do fortalecimento das instituições inspiradas no Alcorão e na II Revolução Malê.

 

    No campo da Política Externa são fechados acordos de alianças bem amplos com Nobre Monarquia do Alto Reino, Reino Unido de Portugal e Algarves e República Participativa de Campos Bastos bem como também um tratado de livre-circulação com o Principado de Sofia, assumindo o Governo Brasiliana uma postura agressiva em proteção aos interesses de países aliados. 

 

    Figura como marcante nesta fase da História Brasiliana a atuação da Superior Corte de Justiça que surge com uma força institucional nunca vista em outros tempos  ao ponto de alguns falarem de ter sido constituída uma ´´ república de toga´´ no Califado Malê do Brasil.

 

    O Califa termina por entrega  atribuições mais políticas em mãos do Mufti para atuar no campo externo e do Emir no plano interno  que de maneira conjunta assim dividem oficiosamente entre si a Chefia de Governo do Califado até que  é finalmente nomeado ocupante ao cargo de Grão-Vizir para desempenhar exclusivamente de tais funções e deixar ao Emir tarefas mais ligadas a manutenção da infra-estrutura do MicroEstado Brasiliano.

 

    O Parlamento continua em recesso e o PAI / Partido da Ação Islâmica está inativo na sua função de atuar como guia das atividades políticas na Pátria Brasiliana, gerando más impressões e desconforto por parte da população brasiliana.  

 

    É criado o  Conselho Islâmico Brasiliano / CIB como órgão responsável por sedimentar o processo de islamização das instituições e costumes brasilianos, figurando posteriormente como o estopim de um grande crise institucional quando é defendido amplos poderes e mais influencia da entidade sobre o Governo. A crise se agrava quando é indagado por parte da população se é causa de abertura a sucessão ao cargo de Califa o fato dele estar há tanto tempo inativo em suas funções, o que enseja uma tentativa de Golpe de Estado logo abortado por ação do Emir que fica como autoridade com poderes absolutos na ausência do Califa, inatividade do Grão-Vizir  e impossibilidade de atuação do Mufti no campo interno.  

    O período do Estado de Sítio decretado pelo Emir Gabriel Iung von Rainer se revela diferente em relação a outros convocados na História Brasiliana pelo fato que sob o condão da II Revolução Malê amplos poderes são concedidos ao Governo Brasiliano, principalmente no tocante de conceder meios e modos bem amplos  de dar combate a inatividade e não só apenas cuidar de questões envolvendo risco institucional .  Deste modo, com a faca e o queijo nas mãos, o Emir leva adiante vários projetos que vão desde a criação de uma Capital para o Califado  com objetivo de bem marcar o fato que Malê é parte do país e não bem todo ele, passando pela instituição do alistamento militar obrigatório, expurgos, fechamento da Superior Corte de Justiça, nomeação de interventores nas Nações Protegidas e por fim culmina com a destituição do Califa Arthur dando fim tanto a II Era Arturiana quanto ao Califado Malê do Brasil que cessa de existir para no lugar ser criado o Emirado Unido do Brasil

 

Por Ezequiel Stone

 

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